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Ano novo, liderança nova!

15 de fevereiro de 2022
Bravo GRC

Estamos começando mais um ano, momento de reflexão e de várias promessas que cada um de nós fez. Vivemos dois anos muito complexos devido à pandemia da Covid-19, mudando completamente nossa forma de trabalho e relacionamento entre pares, liderados e líderes. Saímos de um mundo 100% presencial, para um mundo 100% virtual (na maioria das empresas), passamos a um modelo híbrido e quando mais acreditávamos que 2022 seria o ano da volta aos escritórios, mesmo que no modelo rodízio, veio a variante ômicron e uma nova influenza (H3N2), tudo junto e misturado.  

Por sorte, o Brasil avançou muito na vacinação, com quase 70% do total da população totalmente imunizada e, finalmente avançando na proteção de nossas crianças, assim a contaminação tem sido muito rápida e alta, mas os casos de internações têm sido bem mais reduzidos que no pico da pandemia. 

Líderes não foram preparados, não fizeram formação e não sabiam como agir face à pandemia, e depois de dois anos estão esgotados e muitos sem saber como liderar nessa situação que parece infinita. 

Líderes deveriam ser capazes de inspirar pessoas a agir. Mas e eles mesmos, como se inspiram? 

Aqueles que são capazes de inspirar pessoas dando um senso de Propósito ou um sentido de “razão de ser”, também necessitam encontrar o seu próprio e reforçar, a cada dia, pois Propósito é uma jornada para a vida. 

Liderar é ter a capacidade de criar um grupo de seguidores que agem, não porque são obrigados, mas porque são inspirados. Mas esses que estão inspirando devem ter uma motivação pessoal de fazer a diferença e mudar o status-quo. Todo líder é também um “subversivo” que não aceita o inaceitável e busca a mudança para melhorar a vida das pessoas, reduzindo as desigualdades e preservando o meio ambiente, que todos nós dependemos para continuar vivendo. 

Hoje em dia, qualquer um pode comprar um produto ou serviço de qualquer um, basicamente pelo mesmo preço, pela mesma qualidade, o mesmo nível de serviço e as mesmas características. Pode ser presencial ou on-line. Pode ser direta ou indiretamente. Não sabemos mais de onde vem a concorrência e as ofertas, os modelos preditivos estão falhando e o estresse aumentando. Muitas perguntas e poucas respostas.  

As chamadas vantagens competitivas, desaparecem muito, mas muito rapidamente, cada vez mais copiáveis e mais efêmeras. Mas quando perguntamos aos CEOs e empresários por que os clientes compram seus produtos ou contratam seus serviços, vão ainda afirmar que é pelo preço, pela qualidade, pela entrega, ou seja, porque têm características tangíveis melhores que seus concorrentes, na maioria das vezes sem ter sequer esse balizador de comparação qualitativo. Desta forma, a maioria dos CEOs e empresários não tem a menor ideia do “porquê” seus clientes são seus clientes e, “por que” seus colaboradores são seus colaboradores, então como atrair e reter mais colaboradores e como encorajar e reforçar a fidelidade dos clientes que já têm? A maioria toma decisões sem saber por que ou com dados errados. Na verdade, só existem dois modos de influenciar as pessoas: por manipulação ou por inspiração.  

Quando uma empresa ou líder não tem propósito, gasta-se tempo e dinheiro com muitas artimanhas de manipulação para atrair e reter Colaboradores e Clientes.  

As manipulações através de dinheiro ou de histórias, podem até ser eficientes no curto prazo e funcionam, o resultado é animador, mas geram um hábito maligno. Não se discute que é uma tática que funciona, desde que se mantenha ativa, o problema é como se gera margem para pagar essa despesa? Quanto você está disposto a pagar ou mentir, para vender, para reter ou contratar? 

O segredo da rentabilidade é o negócio repetitivo, quando clientes têm relações comerciais repetidas com sua empresa geram mais rentabilidade por transação, mas o verdadeiro diferencial é a fidelização do cliente, que prefere comprar de sua empresa mesmo tendo ofertas melhores em um concorrente. Entendem e se identificam com o Propósito do seu negócio. Atrair clientes, colaboradores e investidores é muito mais fácil do que retê-los e fidelizá-los. Portanto, o fato de a prática da manipulação funcionar e dar resultados no curto prazo, não quer dizer que ela está certa. 

E aqui entra o propósito da empesa e do CEO ou empresário, que tem que estar intimamente ligado aos valores e princípios e depende da sua integridade como líder, do que você fala é de como você age. Em outras palavras, seu “Por que?” tem que vir antes do seu “O Quê?”, o “Como?” você e sua empresa fazem dinheiro deve vir antes do “Quanto?” dinheiro vocês fazem.  

Chegamos então, à provocação que quero fazer nesse início de ano.  

Vamos analisar o ESG, já tão falado e começando a ficar desgastado, parece até “Pedro e o lobo”, ameaça que vai implantar, faz um lindo discurso, cria alguns subterfúgios para contar uma “bela história” e, na verdade, está manipulando (talvez não apenas com dinheiro), os stakeholders para atrair seu interesse e desta forma vender mais e valer mais. Mas uma hora o “lobo” vem.  

O que será que aprendemos da pandemia? Estamos no começo do ano, momento de fazermos novas promessas (que espero sejam levadas a sério), teríamos um fantástico encontro (de 17 a 21/1) do World Economic Forum de Davos, cujo tema deste ano será “Working Together, Restoring Trust” (Trabalhando Juntos, Recuperando a Confiança, numa tradução livre). Com o objetivo de endereçar as falhas econômicas, ambientais, políticas e sociais provocadas pela pandemia da Covid-19. Onde erramos e não aprendemos? Foi adiado para o verão europeu devido à variante ômicron, um exemplo de liderança servidora.   

Será que os líderes empresariais pelo Brasil e pelo mundo ainda não entenderam que as Mudanças Climáticas impactam vidas? Em todos os negócios do mundo, os Colaboradores são 100% pessoas, os Clientes são 100% pessoas, os Fornecedores são 100% pessoas, as Comunidades são 100% pessoas, os Concorrentes são 100% pessoas e os Investidores e Acionistas são 100% pessoas. Por isso, mudança climática afeta pessoas e gera desigualdades sociais.  

O que levou o mundo a essa pandemia? ESG não é retorica, por mais que se esteja cansado e fingindo que se está fazendo algo, chega!  

É hora de assumirmos um compromisso verdadeiro e integro com a humanidade, começando pelas nossas famílias, somos líderes e estão esperando que vamos dar o exemplo. Governança, é dar o rumo certo aos nossos negócios.  

Já disseram: “Uma visão sem ação não passa de um sonho, uma ação sem visão é um pesadelo, mas uma visão com ação pode mudar o mundo”. Comece pequeno, mas comece!  

Que os desejos de Ano Novo, nos guiem para ações novas porque seremos uma liderança nova.  

a360


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