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Expansão Acelerada, Resiliente e Sustentável do Mercado de GRC

29 de junho de 2021
Bravo GRC

A economia global torna-se cada vez mais dinâmica, destacando seu caráter volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA). Nesse ambiente, a estrutura de Governança, Riscos e Compliance (GRC) torna-se cada vez mais um ativo estratégico, pois é um mecanismo institucional que auxilia as organizações a navegarem na complexidade e alcançarem seus objetivos. GRC não tem como um fim a si: as pessoas, os processos e as ferramentas envolvidas são um meio para que a organização alcance o que almeja, com o menor desvio possível, passando maior segurança aos seus stakeholders.

Os gestores e líderes confiam que as áreas de GRC estão alertas, vigilantes e atuam preventivamente para evitar problemas – em especial, os que são inaceitáveis do ponto de vista de apetite a risco. Os riscos que tiram o sono dos executivos podem estar sob controle com uma boa estrutura de GRC. Não podemos esquecer, no entanto, que são necessários recursos para sustentá-la. Pessoas capacitadas, ferramental tecnológico e direcionamento estratégico são peças-chave nessa jornada. Com o dimensionamento adequado de recursos e o direcionamento correto, a sinergia e a inteligência proporcionada pelas áreas de GRC se traduzem em vantagem competitiva.

A direção precisa ter a percepção de que sem recursos em GRC, será mais difícil alcançar seus objetivos. Tal necessidade ficou ainda mais evidente na pesquisa global sobre o mercado de GRC, realizada pela Bravo Research, braço de pesquisa de dados sobre GRC e ESG da Bravo GRC. O levantamento confirma que organizações de todos os portes estão com um forte apetite para investimentos em GRC, tanto para soluções tecnológicas quanto para serviços de consultoria. Trata-se de um mercado que terá crescido cerca de 300% entre 2014 e 2025,  alcançando a casa dos U$60,8 bilhões, já contando com os impactos da pandemia da Covid-19. As organizações investem em GRC porque é estratégico.

O crescimento acelerado e sustentável do mercado global de GRC

O mercado de GRC é composto por modalidades de Softwares (auditoria, controles internos, compliance e gestão de riscos, por exemplo) e Serviços (consultoria, treinamentos e integrações sistêmicas). O crescimento anual médio do mercado de GRC global será de cerca de 13%, considerando o período de 2014 a 2025. Apesar de diferenças econômicas, políticas e culturais entre as diversas regiões do mundo, o crescimento é significativo em todas.

A onda de crescimento é liderada pela América do Norte que, entre 2014 e 2025, apresenta uma taxa de crescimento anual de 14,8%, e pela Europa com 14% a.a. Ambas as regiões possuem hoje cerca de 60% do mercado global e crescerão 100% nos próximos cinco anos, somando U$39,5 bilhões de mercado. O mercado da América Latina, por sua vez, apresenta um menor crescimento regional, de 50% entre 2020 e 2025. Trata-se de uma demanda que hoje é de U$2,2 bilhões e passará a ser de U$3,3 bilhões nos próximos cinco anos.

Entre 2014 e 2020, o mercado brasileiro de GRC registrou um crescimento médio de 10,2% ao ano, possibilitando um aumento do mercado de U$ 278 milhões para U$ 492 milhões, o que representa um crescimento acumulado de 77% no período. As perspectivas são ótimas para os próximos cinco anos, de 2021 a 2025: a projeção de crescimento médio anual é de 9,8% até 2025, o que proporcionará um crescimento acumulado de 60% nesse período. Em 2025, o mercadobrasileiro de GRC será de U$786 milhões. Isso significa que tanto o mercado de GRC global, quanto o brasileiro, seguem numa expansão contínua e sustentável.

Crise? A resiliência proporcionada pela transformação digital e os riscos relacionados à tecnologia

Ao comparar os cenários do mercado global de GRC sem e com Covid-19 no período entre 2020 e 2025, verificamos uma diferença média negativa de apenas 1,4%. Ou seja, sem a pandemia, o mercado cresceria, ao ano, em média 1,4% a mais do que de fato crescerá no período (cerca de 10% a.a.). Tal dado nos confirma que a pandemia não altera a forte tendência de adoção de soluções de GRC. No limite, houve apenas uma leve postergação de uma expansão inevitável.

Nesse contexto, o mercado de GRC brasileiro também passou ileso a diversos desafios econômicos. É um mercado que vem crescendo cerca de 10% a.a. desde 2014 e manterá esse ritmo até 2025 enquanto, no mesmo período, o PIB brasileiro terá crescido cerca de 1,0%.  Sim, apenas em 2025 o Brasil superará o PIB de 2014. Mas as dificuldades econômicas são anteriores à pandemia: entre 2014 e 2016, o PIB real brasileiro caiu cerca de 6,7% e até voltou a crescer a partir de 2017, mas numa média de apenas 1% ao ano. A pandemia impactou fortemente o PIB, com retração estimada de 4,1% em 2020. A partir de 2021, projeta-se um crescimento médio anual de 2% até 2025.

Outro desafio econômico ao setor no Brasil foi a variação cambial entre 2014 e 2020, com o câmbio nominal BRL/USD saltando de 2,47 em outubro de 2014 para 5,77 em outubro de 2020. Os softwares tradicionais de GRC são fornecidos por empresas estrangeiras, portanto sua precificação tende a ser dolarizada. Dessa forma, a apreciação do câmbio eleva significativamente os custos de implementação, desafiando os orçamentos das organizações consumidoras de softwares de GRC.

O mundo segue se transformando digitalmente e a pandemia acelerou esse processo. Ao mesmo tempo que a transformação digital traz novas oportunidades de negócios, essa dinâmica renovou e elevou riscos inerentes de muitos processos, a exemplo da Tecnologia da Informação. Intensificaram-se as preocupações e incertezas acerca de privacidade, proteção de dados, dos ataques cibernéticos e riscos de tecnologia da informação em geral, bem como da maior escala dos impactos reputacionais. São riscos que sempre existiram, porém foram renovados pela inovação tecnológica, os quais necessitam de mais tecnologias para serem geridos adequadamente. Apesar das crises, a trajetória de crescimento do mercado global e brasileiro de GRC é consistente, provando-se extremamente resiliente.

Tamanho não é documento: PMEs também investem em GRC

Na contramão da crença de que apenas empresas de grande porte investem em GRC, em 2025, o mercado global de GRC estará fortemente dividido entre grandes corporações e Pequenas e Médias Empresas (PMEs). As primeiras terão um mercado de U$31,3 bilhões e 52% de participação, enquanto as segundas, U$ 29,5 bilhões e 48%, respectivamente.

No caso das PMEs, entre 2014 e 2025, seu mercado terá crescido cerca de 480%, saltando de U$5,1 bilhões para aproximadamente U$30 bilhões. Na Europa, por exemplo, a utilização de soluções de GRC por PMEs ultrapassará as grandes corporações, atingindo a marca de 52% do mercado em 2025. Já no Brasil, as PMEs apresentam crescimento de 11% ao ano, contra 9% das grandes empresas, com mercado também em plena expansão. Seu tamanho de mercado hoje é de U$172 milhões e a projeção para 2025 é de U$291 milhões, passando a responder por 37% de market share.

É certo dizer que quanto maior o porte da organização, maior a necessidade de uma estrutura de GRC para geri-la.  Porém, hoje é evidente que as PMEs também investem em GRC.  Na economia moderna, baseada na transformação digital, os riscos relacionados à Tecnologia da Informação são uma realidade tanto para grandes organizações quanto para PMEs. Cada vez mais, as empresas estarão sujeitas a riscos cibernéticos, de privacidade de dados ou de continuidade de negócios. São riscos que, para serem significativos, não necessariamente dependem da escala de suas atividades ou complexidade operacional.

Governança, Riscos e Compliance são inerentes às corporações

O mercado de GRC provou-se capaz de continuar crescendo de forma sustentável e resiliente, apesar de diversas dificuldades econômicas. É um mercado que também acompanha os desdobramentos tecnológicos globais. A transformação digital não é apenas do negócio, mas também de todas as suas funções de suporte. Riscos que no passado eram menos relevantes são mais críticos nos dias de hoje, a exemplo dos riscos relacionados a Tecnologia da Informação e Compliance. Trata-se de uma dinâmica de riscos criada pela inovação tecnológica que demanda tecnologia para geri-los. Mesmo as PMEs, que supostamente possuem um risco inerente menor ao das grandes corporações, estão investindo significativamente em soluções e serviços de GRC.

Na economia moderna de cunho volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), dispor de uma estrutura de GRC onde pessoas, tecnologias e direcionamento estratégico estão bem alinhados garante às organizações uma ferramenta poderosa que outras ainda não possuem. Ser capaz de navegar no dinamismo atual com GRC, sem dúvidas, é uma vantagem competitiva.

 

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