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Governança X Cultura de Governança: qual a diferença e por que implementá-las  

Especialista em ESG e GRC, Claudinei Elias, explica os dois conceitos e conta por que toda empresa deveria implantá-los

29 de agosto de 2024
Ambipar ESG

Recentemente, a importância da Governança Corporativa tem sido muito discutida, principalmente devido aos diversos casos que se tornaram públicos nos últimos anos, tanto no Brasil quanto em outros países, envolvendo crises em grandes marcas, algumas que, inclusive, chegaram à falência. Porém, de acordo com o especialista em ESG e GRC (Governança, Risco e Compliance) Claudinei Elias, CEO da Ambipar ESG, é preciso também discutir a Cultura de Governança.  

Segundo o executivo, para isto, é necessário entender qual a diferença entre ambas. “A Governança em si é o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e governadas, envolvendo a criação de estruturas e processos para tomadas de decisões corporativas, garantindo, assim, a responsabilidade dos gestores perante os stakeholders. Já a Cultura de Governança vai além das estruturas formais, envolvendo valores, atitudes e comportamentos que permeiam a instituição como um todo, influenciando a forma como as decisões são tomadas e implementadas. Ou seja, é como a organização e os colaboradores reagem a todas essas regras”, explica.  

O especialista ressalta que é importante entender e praticar os dois conceitos, pois ter Governança e não ter uma Cultura de Governança pode levar a empresa a diversos problemas como, por exemplo, o Greenwashing e outros “washings”, fraudes, má-gestão, perda de confiança dos investidores e dos stakeholders como um todo. Para isso, é preciso que todos os colaboradores, independentemente do cargo, tenham conhecimento e sejam treinados para compreender e praticar as normas de governança da companhia. 

“Além disso, ter uma boa Cultura de Governança melhora a qualidade das decisões empresariais, pois proporciona um processo decisório mais estruturado e transparente, e aumenta a confiança dos investidores, que passam a enxergar a marca como mais confiável e sustentável”, destaca Claudinei.  

O executivo diz que até mesmo os conflitos internos diminuem quando se tem uma Cultura de Governança, e deixa uma dica para todos os empresários: “Não importa o tamanho da sua empresa, nem se ela acabou de ser fundada, a Governança e a Cultura de Governança são fundamentais para a perenidade de qualquer negócio. Quanto antes implantar, melhor será para o desenvolvimento da instituição”. 

Como ter uma governança e uma cultura de governança? 

O primeiro passo é fazer uma avaliação dos riscos a que a organização está sujeita, como riscos financeiros, de mercado, ambientais, industriais, comerciais, dentre outros. Segundo Claudinei, o ideal é analisar cada risco, vendo qual a probabilidade de ocorrência e qual o impacto dele para a empresa e, depois, classificar quais deles causariam maior impacto à companhia. 

Com base nesse levantamento, as lideranças devem desenhar as políticas internas, além de criar um código de conduta. Depois, é preciso comunicar a todos os colaboradores esses regimentos internos e, se possível, treiná-los com relação a esses riscos e como agir se caso algum se materialize. 

Após isso, o ideal é fiscalizar constantemente se essas políticas e códigos de conduta estão sendo cumpridos e revisar anualmente esse levantamento de riscos, já que o mundo evolui rapidamente e, consequentemente, os riscos acabam mudando muito rápido também.  

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