O impacto da cultura de gerenciamento de riscos
Os bons resultados e estratégias para alcançarmos uma governança robusta em megaeventos a exemplo dos Jogos Olímpicos, tanto no que se refere à segurança quanto à continuidade, são semelhantes aos processos, controles e frameworks utilizados em empresas e organizações.
Os programas preventivos, os planos de continuidade e o gerenciamento de riscos são de fundamental importância para o bom andamento de qualquer atividade ou projeto. Os processos de gerenciamento de riscos – desde a sua identificação até o desenvolvimento de planos de ação – são importantes para garantirmos que a materialização de riscos potenciais tenha consequências menos complexas do que o previsto. E caso o risco se consolide, já existirá um plano de ação para minimizar seus impactos. Neste cenário, fica clara a relação entre as boas práticas de GRC com uma correta análise e antecipação dos impactos.
Tais processos de gerenciamento de riscos apareceram pela primeira vez em 1988, no planejamento das XV Jogos Olímpicos de Inverno com sede em Calgary, no Canadá, utilizando pesquisas de eventos passados com o objetivo de avaliar a exposição a riscos, contemplando a revisão de contratos e outros pontos para a construção, mesmo que de maneira simples, de uma matriz de riscos. Em 2010, nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver, também no Canadá, o Comitê Olímpico foi responsável pela completa implementação de um programa de ERM (Enterprise Risk Management), categorizando 53 áreas de desenvolvimento com riscos agrupados em: Anteriores aos Jogos; Durante os Jogos; e Após os Jogos, fomentando uma cultura de gerenciamento de riscos a partir de uma perspectiva de gestão ativa e de antecipação à materialização de riscos potenciais, incluindo a questão do impacto em todo o ecossistema de organização dos Jogos.
Em um cenário em que riscos têm uma alta capacidade de escalabilidade com crescimento exponencial, qualquer falha tem a potência de se tornar catastrófica com grandes impactos tanto em empresas – colaboradores, investidores, fornecedores, entre outros stakeholders – quanto em megaeventos – cidades locais, atletas, staff, visitantes etc. – como as Olimpíadas.