As mudanças aceleradas a partir da pandemia da Covid-19, em 2020, fizeram um cenário de migração de dados para a nuvem ser o novo normal ao qual toda a infraestrutura que atua na cibersegurança também tivesse de se moldar. Esse histórico é algo que precisamos ressaltar até chegarmos ao tempo atual, em que, principalmente nos últimos dois anos, um outro personagem entrou em jogo, colocando tudo o que conhecíamos de forma ainda mais complexa: a chamada inteligência artificial.
Em relação aos riscos tecnológicos, a inteligência artificial é destaque porque envolve diversas questões, como segurança de dados, vieses dos algoritmos, regulamentação e ética. Vale lembrar que, como consequência da pandemia e do trabalho remoto, houve uma maior movimentação de dados e digitalização de processos. Assim, os riscos cibernéticos aumentaram significativamente.
Um estudo nomeado 3T23 Emerging Risk Report, da Gartner, aponta nessa direção. O levantamento mapeou os principais riscos emergentes e, no top 5, aparecem aqueles relacionados à disponibilidade de IA generativa em massa, à concentração em nuvem e à fragmentação regulatória de dados pessoais.
Outra estimativa da Gartner aponta que os gastos globais com segurança e gerenciamento de riscos devem totalizar US$ 215 bilhões em 2024, um aumento de 14,3% em relação a 2023. A adoção contínua de cloud, o modelo de trabalho híbrido, o rápido avanço da IA generativa e o ambiente regulatório estão puxando esses gastos.
Vale ressaltar que a inteligência artificial é mapeada como um risco significativo para os negócios, especialmente em razão dos vieses introduzidos na tecnologia. Mas, por outro, ela pode ser uma ferramenta para aprimorar a própria gestão de riscos. Penso que a IA pode monitorar questões regulatórias, identificar potenciais riscos e violações de forma preventiva e preditiva e, ainda, aumentar a velocidade e a eficiência dos trabalhos repetitivos ao automatizar processos de governança.
Como se vê, além de ser o tema do momento, enxergo a inteligência artificial como mais um passo rumo ao avanço da tecnologia e, como todo novo advento humano, poderá nos oferecer o caos ou a luz, dependendo muito dos nossos sensos de responsabilidade e de como as lideranças das empresas vão manejar essa ferramenta tão poderosa, com tantos desafios à vista.
Estar com um respaldo de quem já está inserido no mercado de cibersegurança e está acompanhando toda a sua transformação, é uma vantagem para quem não apenas vê o encanto ou a pirotecnia vinda do discurso fácil da IA, mas quer estar realmente preparado para um cenário inédito e desafiador que temos pela frente. A segurança dos dados vai passar não só pela IA, mas pela consciência humana, que acaba por também se transformar, diante desses novos horizontes.
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