Existente desde 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 é uma referência do mercado na temática. Em seu acumulado histórico, teve desempenho superior ao próprio Índice Bovespa, sendo superado apenas pelo Índice de Governança Corporativa (IGC). Ambos, ISE e IGC, refletem características específicas relacionadas aos aspectos de GRC (Governança, Gerenciamento de Riscos e Compliance) e ESG.
Os resultados históricos acumulados de ambos índices refletem a capacidade de geração de valor por parte de empresas que possuem políticas estruturadas nas áreas de GRC e ESG.
Para compreender um pouco melhor esta causalidade, vale um resumo objetivo da metodologia do ISE. Assim, veremos com clareza como são estabelecidas as conexões relevantes destes temas com a geração de valor para cada empresa e o que deve ser olhado.
A metodologia1 do ISE é composta por duas avaliações, uma quantitativa e uma qualitativa. O questionário respondido pelas empresas para o processo de seleção é baseado no SASB e no GRI, dois dos frameworks mais consolidados na área ESG. A metodologia ainda é composta de diversos critérios de inclusão, exclusão e sustentabilidade, entre os quais ressaltamos, em particular, quatro deles.
As empresas que pretendem adentrar no seleto rol das melhores em sustentabilidade no mercado de capitais devem focar bastante atenção nestes pontos destacados. Um contexto de fundo conceitual diz respeito ao fato de que, em conjunto, tais aspectos englobam a perspectiva da dupla materialidade.
- RepRisk: índice de risco reputacional em aspectos ESG produzido pela empresa suíça RepRisk, que também varia de 0 a 100 (maior valor nos 24 meses que antecedem a carteira ISE). É parceiro da B3 para o ISE no fornecimento de dados públicos de Riscos de ESG.
- Avaliação qualitativa e as evidências: está sujeita a um score que varia de 0 a 100 com base na documentação que prova algumas das respostas do questionário. Para cada empresa, sorteia-se 5 perguntas, 1 para cada dimensão que deve ser evidenciada no questionário. Nota-se que não basta alegar que tem tal critério e sim evidenciá-lo de forma consistente e robusta.
Condicionante mínimo de pontuação de 70 pontos percentuais na avaliação qualitativa.
- Questões específicas do setor e relevância para os negócios
Atenção aos aspectos relacionados aos requisitos mínimos por setor.
O questionário de materialidade foi enxugado e agora “conversa” mais com as empresas e com o mercado ao incorporar a questão de materialidade, que está na essência da avaliação e reflete o que é prioritário em termos de critérios ESG, para o setor ao qual pertence a empresa.
[1] Tomamos como referência a metodologia de julho de 2021.
[2] How CDP is aligned to the TCFD – CDP