Um dos investidores mais importantes do mercado financeiro global, Warren Buffett, diz que o risco vem de não sabermos o que estamos fazendo. Esse pensamento traz atenção para o tema.
Quando passamos a enxergar a análise de riscos com curiosidade e vontade de saber, a tensão relacionada a medos e incertezas deixa de ser condutora, permitindo a construção de um caminho de consciência associado a eficiência e segurança. Isso significa a implementação de uma gestão de riscos proativa que gera valor dentro das organizações.
Esse é o fundamento da abordagem sobre riscos operacionais e estratégicos que faremos aqui. Mas, antes, é necessário lembrar a diferença entre eles.
O risco operacional geralmente está associado a questões internas e à sobrevivência do negócio. Fraudes, falhas nos sistemas, na segurança e inclusive humanas podem provocar perdas financeiras e prejuízo de imagem.
Já os riscos estratégicos estão ligados ao planejamento e às decisões tomadas pelos dirigentes da organização, ou seja, aspectos que trazem uma visão de longo prazo sobre o negócio e podem afetar o futuro de uma empresa. Como exemplos, estão possíveis falhas no desenvolvimento de um produto, na aprovação da sua comercialização, perda do valor de uma marca, riscos na escolha do posicionamento, na análise da concorrência e de ambientes regulatórios, alianças e parcerias, dentre outros. Ao relacionar tantas áreas, fica fácil perceber como uma gestão de riscos eficiente cria condições favoráveis à identificação de oportunidades e fortalezas, dentro de um ambiente mais seguro.
Nem sempre a comunicação entre esses dois ambientes, o operacional e o estratégico, acontece de forma efetiva. Como estabelecer essa relação de maneira integrada?
Podemos pensar que esses dois tipos de riscos estão em uma mesma construção. Os operacionais no alicerce, ligados à segurança da estrutura. E os estratégicos no andar de cima, onde a visão mais ampla permite a valorização da qualidade do pensamento.
É fundamental haver relação entre esses dois níveis para que tenhamos uma visão mais clara do todo. Quanto melhor o diálogo, maior a possibilidade de integração e colaboração entre as partes, dinâmica fundamental para que as perspectivas da realidade e da inovação se encontrem, para que ações de curto e longo prazo sejam associadas com eficácia. Quando isso acontece, a abrangência da análise de riscos ganha amplitude, transcende questões relacionadas a produção e vendas para incluir aspectos humanos, ambientais e de responsabilidade social, dentre outros. Não há como estar à frente dos negócios, hoje, sem buscar uma visão holística, adequada à complexidade do cenário atual.
Desenvolver uma gestão integrada de riscos não é fácil. A atuação dos líderes é fundamental nessa tarefa. Que caminhos podem favorecer esse desafio? Aqui, destacaremos duas iniciativas que, quando relacionadas, ganham potência: a tecnologia somada ao desenvolvimento do potencial humano.
Ferramentas tecnológicas são capazes de relacionar um grande volume de dados. Isso promove maior inteligência na análise de informações e facilita a tomada de decisões com transparência e confiabilidade. Quando um líder atento às relações envolve pessoas e processos de diferentes áreas, sua atitude cria engajamento, especialmente se esses profissionais forem responsáveis pela implementação de ações.
A integração da gestão de riscos operacionais e estratégicos abre um campo de oportunidades favoráveis à construção de uma Governança Corporativa que sabe o que faz, tendo ao mesmo tempo, em sua estrutura, um alicerce saudável e uma visão de negócios qualificada para inovar.
Se esse texto faz sentido para você, compartilhe as suas experiências. Promover o diálogo pode ser um gesto simples e gerador de impactos positivos dentro das organizações.