Muito se fala em ESG (Ecoambiental, Social e Governança), mas pouco se pratica efetivamente. Alguns acham que é uma moda passageira, e esses querem aproveitar e surfar a onda criando ações de fachada no Social e no Ecoambiental. Outros acreditam que têm fundamentos estruturados e veio para ficar, os mesmos que criarão ações e farão investimentos no Social e no Ecombiental por meio de uma Governança estruturada, ética e transparente, porque acreditam que é o certo e porque vai impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente.
Os primeiros são aqueles que ainda praticam um capitalismo apenas para o acionista, chamado de capitalismo para shareholders, no qual a “única responsabilidade social da empresa é maximizar o lucro e retorno ao acionista”, mas muitas vezes às custas da dor, do sofrimento e da miséria dos demais stakeholders (partes relacionadas). Esses nunca vão praticar o ESG de verdade, porque não têm interesse legítimo na sociedade e no meio ambiente. Mas por sorte, são uma minoria de empresas que estão vendo o mundo mudar rapidamente e as novas gerações se recusarem trabalhar ou mesmo consumir dessas organizações. Como disse Fabio Barbosa, membro do Conselho da Fundação das Nações Unidas, “a cada dia entra no mercado um jovem que leva em conta os critérios ESG para tomar a maioria de suas decisões e se aposenta um profissional que achava tudo isso uma bobagem. É um movimento sem volta”.
Mas vamos então às empresas que praticam um capitalismo para stakeholders (todas as partes relacionadas), que têm um Propósito Maior, tratam todos stakeholders de forma equânime, têm cultura e valores que permitem a sua perpetuidade e têm um líder consciente que cuida das pessoas para que, juntos, cuidem do meio ambiente. Essas empresas entendem o que é ESG e, mais do que isso, têm consciência de que na verdade precisam começar pelo G da Governança, não permitindo ações de fachada no Social e no Ecoambiental. São as mesmas emprsas que praticam o ESG de forma a manter o equilíbrio entre proteger o meio ambiente, garantir o progresso social e gerar resultados econômicos positivos com ética e transparência. As letras não andam separadas.
Estamos todos nós, como cidadãos, empresas privadas e governo devendo muito no tocante à tomada de decisões e implementação de ações efetivas para acabar com a pobreza, promover a prosperidade, o bem-estar, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.
Como escreveu Larry Fink, CEO da Blackrock, em sua carta aos CEOs de suas investidas em 2020: “As alterações climáticas tornaram-se um fator decisivo nas perspectivas das empresas a longo prazo. Têm impacto significativo e duradouro no crescimento econômico e na prosperidade. Risco climático é risco de investimento!
Acreditamos que portfólios de investimentos integrados com a sustentabilidade e clima podem proporcionar melhores retornos ajustados ao risco para os investidores. O futuro é o investimento sustentável”.
No caso do Brasil, que tem a dicotomia de ser um dos 10 países mais ricos do mundo e, ao mesmo tempo, um dos 10 países mais desiguais do mundo, onde infelizmente estamos descendo no primeiro ranking e subindo no segundo a cada ano, o S do Social tem um papel fundamental no ESG, muito diferente das preocupações da Europa ou dos Estados Unidos. Claro que preservar o meio ambiente também é prioritário, até porque temos a Amazônia e, por isso, uma responsabilidade fiduciária com a humanidade, mas o S do Social nos remete à filantropia, a cuidar da comunidade, ao give back à sociedade. Sim, tudo isso é muito importante, mas quanto as empresas estão cuidando das desigualdades internas, de gênero, raça, orientação sexual, deficiência, condições de trabalho, remuneração e tantas outras questões?
Passamos recentemente pelas duas semanas da COP 26 em Glasgow na Escócia, assumimos compromissos como país e como empresas, e a sociedade tem que se engajar também. Precisamos neutralizar as emissões dos gases efeito estufa (GEE) em 50% e do gás metano em 30% até 2030, bem como eliminar o desmatamento ilegal até 2028, sendo esse responsável por 94% do desmatamento da Amazônia.
O modelo econômico atual de uma produção e consumo lineares, onde se extrai recursos naturais finitos como se fossem infinitos, os quais são transformados e transportados com grande impacto nas emissões de GEE, faz de nós consumidores cada vez mais vorazes que, após um tempo muito curto, acabamos jogando fora o que consumimos, o oposto do sustentável. Precisamos evoluir rapidamente, mas conscientemente, para um modelo econômico circular. “Com milhões de empregos em jogo, a transição para economia circular precisa ser uma transição justa – baseada em justiça social e trabalho decente para todos. Para garantir que progresso social e ecoambiental andem de mãos dadas, devemos começar valorizando adequadamente as pessoas que fazem a economia circular funcionar”, destacou Guy Ryder, Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho.
A tarefa não é fácil, mas imprescindível, e não adianta apenas achar que os governos vão resolver esses desafios. O papel de buscarmos limitar o aquecimento global a no máximo 1,5 grau cabe a todos nós: poder público, iniciativa privada e sociedade civil.
Nosso papel é mudarmos de um consumo desenfreado, como se não houvesse amanhã, para um consumo consciente que é diferente de “não consumir”, mas que reduza os impactos negativos e aumente os impactos positivos. Na verdade, trata-se de consumir com MELHOR IMPACTO para o meio ambiente, a sociedade, a economia e os indivíduos colaborando para a sustentabilidade da vida e do planeta.
A transformação deve ser agora! ESG não é um produto, mas um processo. Assim, a busca de resultados econômicos positivos preservando a ética e transparência é fundamental, e são valores inegociáveis do ESG.
Quem não acredita no ESG é porque não entendeu o que é ESG.
Mas se você acredita e sua empresa quer fazer a transformação necessária e premente, a Bravo GRC tem a competência e o expertise para lhe assessorar. Somos uma consultoria em tecnologia para GRC e ESG que integra pessoas e processos para elevar o conhecimento e consciência das organizações.