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O papel decisivo do Conselho de Administração na pauta ESG  

18 de agosto de 2022
Bravo ESG

A sigla ESG (Environmental/Ambiental, Social e Governança) surgiu em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, intitulada Who Cares Wins, em tradução livre, Ganha Quem se Importa.  Seu conceito traz a integração da governança corporativa com os aspectos ambiental e social, colocando em prática não apenas uma nova qualidade de gestão, mas, também, uma nova cultura organizacional que compreende perspectivas de resultados de longo prazo. 

Se por um lado a temática ESG vem ganhando visibilidade nas organizações, por outro, é clara a necessidade de um trabalho contínuo e determinado para fazer a sua pauta acontecer. Um diagnóstico comum é a existência de lacunas entre o falar, a intenção em realizar e o conhecimento necessário para que essa pauta ganhe vida. E isso está relacionado à consciência e engajamento das lideranças, em especial dos conselheiros, cuja atuação é fundamental para que temas ambientais, sociais e de governança tenham prioridade na agenda das empresas. É o Conselho de Administração — formado por fundadores, CEO’s, CFO´s, profissionais multidisciplinares e conselheiros independentes — que determina estratégias para a longevidade do negócio, efetividade e boa reputação. 

A implementação da agenda ESG requer investimentos, esforços e mudanças importantes. Porém, empresas que a associam exclusivamente ao aumento de custos, demonstrando preocupação e resistência, perdem a oportunidade de efetivá-la como uma importante alavanca estratégica que impacta diretamente a atratividade financeira. As boas práticas de gestão ambiental, social e de governança corporativa tornam a organização qualificada e menos vulnerável, com mais solidez. Isso atrai investidores, bancos e gestores de fundos de investimentos.  

Essa confiabilidade é expandida também para o público em geral. Marcas que são socialmente responsáveis e atuam com base em um propósito são mais respeitadas, com abordagens comerciais mais consistentes e capazes de gerar maior valor.  

Outro fator essencial, que também deve ser pautado pelos Conselhos de Administração, é a análise de riscos, dentre os quais estão as questões referentes ao clima. O relatório do Painel Intergovenamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em fevereiro último, mostra como as mudanças climáticas são uma ameaça grave e crescente para o bem-estar e preservação de um planeta saudável, já causando tempestades, alagamentos, secas e incêndios florestais, dentre outros fenômenos. A visão positiva sobre isso está na nossa capacidade de trabalhar em colaboração nesse contexto, atuando para limitar futuros aumentos de temperatura, por exemplo. O IPCC é o grupo de cientistas estabelecido pelas Nações Unidas para monitorar toda a ciência global relacionada às mudanças climáticas. 

A intenção de tornar a pauta ESG cada vez mais concreta nas organizações evidencia o papel decisivo do Conselho de Administração nessa missão. Ao unir visão estratégica, longevidade, consciência e cuidado para impulsionar novas formas de fazer negócios, há uma maturidade de gestão que traz convicção sobre o certo a ser feito pelas organizações. A favor da continuidade da vida. 

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