Em setembro, temos o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, a campanha “Setembro Amarelo” foi criada para falar sobre prevenção e combate. Mais de 14 mil casos são registrados anualmente no país, e cerca de 96,8% deles estão relacionados a transtornos mentais.
Mas precisamos mesmo falar de um assunto tão pesado? Sim, é preciso levantar a bandeira da saúde e do bem-estar. Cada vez mais, as pessoas estão assumindo atividades e responsabilidades para seu dia a dia. Tudo isso somado à era do ser humano hiperconectado, em que todos nós recebemos uma avalanche de informações quase em tempo real, além de um período pandêmico que alterou completamente as relações e o perfil comportamental das pessoas.
Com que frequência paramos para priorizar o que realmente é importante para nossas vidas? Precisamos mesmo de tantos “balõezinhos vermelhos” na palma da mão? Precisamos assumir tantos compromissos simultaneamente? Estamos separando um tempo para cuidar da nossa saúde? Um tempo para aquele final de semana desacelerado de descanso depois de uma semana intensa, para cuidar das pessoas com quem convivemos, para pensar em uma alimentação saudável ao invés de engolir qualquer coisa por falta de tempo.
Esse tipo de rotina tem influenciado o estilo de vida das pessoas. Dessa forma, cada vez mais aumentam os números de indivíduos com quadros depressivos, síndrome de burnout, transtornos de ansiedade, entre outros. Isso traz consequências quase irreparáveis, como a má qualidade do sono, falta de concentração, desmotivação e dificuldades de socialização, afetando o bem-estar diário.
Um levantamento feito pela Consulta remédios apontou que, durante a pandemia, houve um aumento de até 113% na procura de medicamentos destinados ao tratamento de insônia, ansiedade e depressão, em comparação com os seis meses anteriores. Toda doença pode e deve ser tratada, mas não podemos normalizar esses dados.
Impor limites compensatórios para uma rotina exaustiva pode trazer grandes benefícios para a saúde como um todo. Se relacione com pessoas por quem tenha admiração, pratique atividades ao ar livre, conheça lugares diferentes, faça pausas durante sua rotina de trabalho, mantenha uma agenda organizada de compromissos da vida pessoal e profissional, respeite a sua jornada de trabalho, pratique técnicas de respiração, respeite os horários das refeições e tenha uma alimentação saudável. Incluir pequenos hábitos no dia a dia pode contribuir muito para um estilo de vida equilibrado.
O corpo e a mente precisam de pausas; se não, uma hora a “máquina” vai parar e precisar de manutenção obrigatória. Aí, o preço a se pagar pode ser muito alto para algo que poderia ter sido evitado.
E lembre-se: é fundamental que, ao perceber que sua saúde mental não está bem, você procure ajuda de um profissional especializado.
**fontes dos dados: www.medicinasa.com.br e www.setembroamarelo.org.br
